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As Pontes de Coruche são uma das imagens de marca desta vila ribatejana. Recentemente requalificadas, as sete pontes sobre o vale do rio Sorraia ganharam ainda mais singularidade. Em três quilómetros encontra 7 pontes… sendo que a cor dessas 7 pontes vai do amarelo ao encarnado, num degradé peculiar!
Incluído na programação da campanha Coruche Inspira (www.corucheinspiraturismo.pt), surge esta oferta turística, Passe as Pontes em Coruche, vocacionada para as escapadelas de fim-de-semana e para as sempre tão bem-vindas pontes para fins-de-semana prolongados!
O Município de Coruche é o promotor desta oferta turística, que tem como objectivo atrair ainda mais visitantes ao concelho, durante o fim-de-semana prolongado de 1 a 5 de Outubro.
Os argumentos são fortes! Começando pela deliciosa gastronomia local, passando pela cultura e terminando nas actividades de lazer ao ar livre.
As Jornadas de Gastronomia de Coruche são um dos mais antigos eventos turísticos do concelho e da região. Realizam-se há mais de 20 anos, envolvem os restaurantes locais e dão a provar os sabores tradicionais do Ribatejo, já com um toque do vizinho Alentejo. Ao menu gastronómico junta-se música, folclore, teatro e muita animação.
Em paralelo decorre a XXVI Feira do Livro, um espaço onde pode adquirir bons livros a preço de saldo. Mas este evento não se fica pela literatura. O Artesanato e a Feira Rural irão complementar este espaço onde poderá comprar uma recordação de Coruche ou os mais frescos produtos biológicos, das batatas ao mel, dos legumes à fruta.
A Feira do Livro tem ainda patente uma exposição de tributo ao Nobel da Literatura recentemente falecido, José Saramago. Há também uma exposiçÃo evocativa do centenário da república: “100 Anos de República(s): Presidentes da Câmara Municipal de Coruche”, uma mostra que está patente ao público em plena Praça da Liberdade, em frente ao Edifício dos Paços do Concelho.
Não deixe ainda de visitar o Museu Municipal de Coruche, o recém-inaugurado núcleo tauromáquico e a Escola Museu Salgueiro Maia (www.museu-coruche.org).
A frente ribeirinha de Coruche convida a um passeio relaxante, com paragens obrigatórias no Jardim 25 de Abril e no Parque do Sorraia. Outra das imagens de marca de Coruche é a Igreja de Nossa Senhora do Castelo: é obrigatória uma visita ao antigo Castelo de Coruche, onde encontrará um miradouro fantástico sobre a Lezíria ribatejana. Para terminar, as sinuosas ruas do centro histórico de Coruche são também merecedoras de uma visita. Aí poderá encontrar edifícios de grande interesse arquitectónico: solares, igrejas, um pelourinho, fontanários e praças acolhedoras.
Para quem procura actividades de lazer em contacto com a natureza, Coruche apresenta um conjunto de ofertas diversificadas: descida do rio Sorraia em canoa, passeios a cavalo, parapente a motor, balonismo, esqui aquático, btt, todo-o-terreno, caça e pesca. (ver mais informação e contactos em www.corucheinspiraturismo.pt).
Contactos:
Estalagem do Sorraia
Telefone: 243 669 050
e-mail: estalagemdosorraia2@sapo.pt
Búzios
Telefone: 919 638 575
e-mail: buzios_ansc@hotmail.com
Coudelaria Vale de Pau
Telefone: 938 510 332
e-mail: valepauneto@hotmail.com
Ski Clube Quinta Grande
Telefone: 243 618 954
e-mail: info@skiclube-quintagrande.pt
Balonismo
Telefone: 913 188 426
e-mail: info@windpassenger.pt
Paramotor
Telefone: 934 142 635
e-mail: jmnunespinto@gmail.com
22.ªs Jornadas de Gastronomia – 2 a 5 de Outubro
Aproveite as Jornadas de Gastronomia para degustar alguns dos pratos tradicionais do concelho de Coruche: Sopa de Feijão com Couve, Febra e Cachola de Azeite e Vinagre, Favas com Chouriço, Bacalhau Assado com Migas ou Ensopado de Borrego são algumas das sugestões que os restaurantes da terra propõem. Para sobremesa, o Arroz Doce, as Areias do Sorraia e o Bolo de Mel afirmam-se na doçaria típica do concelho.
Não deixe de acompanhar a refeição com os vinhos regionais.
Restaurantes aderentes:
A Tasca
Bairro Novo
O Choupo
Mira Rio
O Farnel
O Rossio
Ponte da Coroa
Sabores de Coruche
Programa:
Dia 2 de Outubro – Sábado
Almoço e Jantar: Cantigas à desgarrada
Cantigas na Eira
Dia 3 de Outubro – Domingo
Almoço e Jantar: Folclore/Fandango
Gafanhotos
Tarde – 17H00: Sabores com Saber – Cook Showing (Cozinha ao Vivo) com o Chef Luís Baena
(ver http;//www.luisbaena.com)
Recinto da Feira do Livro – Praça da Liberdade
Apoios: Atlantic Meals e Metrimedida
Dia 4 de Outubro – Segunda-feira
Jantar: Grupo de Teatro Amador de Coruche ContaCenas
Teatro: 21h30 – “Breve História da República em Portugal” – Companhia de Teatro O Museu da Poesia
Auditório do Museu Municipal de Coruche
Dia 5 de Outubro – Terça-feira
Almoço e Jantar: King Mokadi
Gafanhotos
PRAÇA DA LIBERDADE
30 de Setembro a 5 de Outubro
Dia 30 de Setembro
18.00h - Inauguração oficial da Feira do Livro
Exposição/ Tributo a José Saramago: “Levantado do Chão”
Apoio: Fundação José Saramago
Exposição: “100 Anos de República(s): Presidentes da Câmara Municipal de Coruche
Organização: Museu Municipal
Exposição: “A República passou por aqui”
Organização: Pintores locais
Dia 1 de Outubro
Encontro com a Escritora Ana Maria Magalhães – Acção dirigida para os alunos das escolas do Concelho.
17.00h – Hora do conto: Contos com sabor a Chocolate
Actividade dirigida ao público infantil.
21.30h – José Saramago, Um escritor do mundo
À conversa com o escritor Miguel Real.
Presença do grupo “Mais Saramago”
17.00h – Hora do Conto: Contos e lendas e… mais umas prendas
22.00h – Noite de teatro: O Auto da Índia de Gil Vicente
Teatro Amador de Coruche: ContaCenas
Local: Auditório do Museu Municipal de Coruche
Entrada gratuita
Um Domingo para leitores de Palmo e meio! A família vem à feira fazer amigos com livros…Desconto automático na apresentação do vale: “Um Livro…Um Amigo”.
16.00h – Hora do Conto: Shiuu! O Pai vai contar uma história!
Actividade aberta à família.
Traga um livro, velhinho que seja, voz afinada e um bolso cheio de
Imaginação! Era uma vez…Conte você a história desta vez!
17.00h – Sabores com Saber: apresentação de um Cook Showing (Cozinha
ao vivo) pelo Chef Luís Baena, autor do livro Doce Vida.
Apoios: Atlantic Meals; Metrimedida
Encontro com o escritor José Fanha a propósito do seu mais recente livro “Era uma vez a República” – Acção dirigida aos alunos das escolas do Concelho.
16.00h – Hora do Conto: Vitória, Vitória, vai começar a História!
Actividade dirigida ao público infanto-juvenil.
17.00h – “Há conversa!”
Encontro com alunos da Universidade Aberta
21.30h – Noite de Teatro: “Breve história da República em Portugal.”
Inserido nas Comemorações do Centenário da Republica
Portuguesa.
Organização: Companhia de teatro O Museu da Poesia
Local: Auditório do Museu Municipal de Coruche
Na Hora do Conto a animação será feita pelos alunos do Curso de Animação Sociocultural da Escola Profissional de Coruche.
10.30h – Içar da Bandeira.
Hino Nacional cantado pelos alunos das Escolas do concelho de Coruche.
Local: Paços do Concelho.
11.00h – Inauguração da Exposição “Um olhar sobre a República”
Organização: Agrupamento de Escolas do concelho de Coruche
Local: Praça da Liberdade
Org.: CMC
Apoios: Fundação José Saramago; Bibliotecas Escolares/Agrupamento Escolas do Concelho de Coruche; Caminho Divulgação; Escola Profissional de Coruche
Barnabé
Com as mãos gretadas, das feridas saradas, puxava as redes mais uma vez. E mais uma vez nada traziam. Demorava quase uma hora a puxar a rede e no fim nada. Depois de as ter a bordo, sentava-se devagarinho, calmamente voltava a pegar nos remos, para novamente estender as redes uns metros mais acima. Podia ser que desta vez tivesse mais sorte, era já disso que se tratava. Sorte. Em nada dependia de astúcia. Tinha uma carrada de anos de pescador no rio, tirando uns meses de aprendiz de ferreiro, não tinha feito mais nada na vida. Embora conhecesse o rio como ninguém, soubesse quando e onde paravam as carpas, os barbos e as bogas, isso, agora de nada lhe valia. Era pescador. Pescador e de rio. As barragens, as indústrias, as curas dos campos, tinham feito desaparecer toda a criação de Deus Nosso Senhor, que ele com todo o carinho colhia. A idade e o maltratado corpo já não lhe permitiam o desembaraço de outros tempos, acordava já cansado e com dores. Um corpo de um velho quer é trabalho. Antes era pescador, agora sou aventador de redes. Dizia Barnabé com sabedoria. E tinha razão passava toda a madrugada e grande parte da manhã para apanhar um ou dois peixitos. Não dava nem para o tabaco. Lá quando o rei fazia anos conseguia uma boa pescaria, mas depois era complicado arranjar fregueses, agora muito chiques, habituados a comprar peixinho do mar. Noutros tempos não davam para as encomendas. Os tempos da vida pobre. Peixe fresco? O da ribêra. Bem bom.
Nem a falta de freguesia, nem a falta de pescaria, o faziam abrandar. Deitava-se cedinho para cedinho partir para a pesca. Valha me Deus (assim sem tracinho), o barco, esperava por ele. Faziam companhia um ao outro, os dois viúvos. Uma doença ruim tinha-lhes tirado Maria. Noutros tempos, às vezes, pescavam os três. Em não poucas ocasiões, Maria, subia a bordo, mas não para ajudar na faina, o luar das quentes noites de verão e o balançar do barco faziam o resto. Era como se os três, fossem um só. Foram muitas as noites bem passadas mas nunca deram frutos. Diziam na aldeia, a boca fechada, que Maria era seca como a tia, irmã da mãe. Essa situação deixa-a infeliz, mas para Barnabé nada disso importava, tinha-lhe um tão grande amor, que sempre que a via era como se fosse a primeira vez, os olhos faiscavam como a luz de um farol, o coração batia nos pulmões, como badalo de sino de igreja. Era muito feliz Barnabé e isso notava-se na rua, sempre a falar com toda a gente, sempre com uma piada na ponta da língua mesmo quando a pescaria era nenhuma. Às vezes Maria, perguntava-lhe enternecida, vais gostar sempre de mim? E Barnabé, enternecido respondia, cada vez mais. E assim foi de facto, invariavelmente durante os 43 anos de casados, e mais os quatro de namorados, o amor destes dois foi sempre a crescer até não mais caber no peito de Maria.
Quando Maria se finou, mudou-se o Barnabé, parecia que tinha morrido também, deixou de ir à taberna, praticamente não falava com os vizinhos, nunca mais voltou a estar com os amigos, deixou de comer, não fazia a barba, ainda arranjou um cão, mas o má raça, tinha medo da água e isso para um pescador não dava jeito nenhum.
Era ele, o Valha me Deus e o rio. Vivia para o rio, e agora que o rio ia também morrendo já pouco restava de Barnabé. O Valha me Deus, estava um pouco como o dono e o rio, velho de cansado porque tinha idade e gasto de desgosto, também por causa de Maria. A precisar de uma grande reparação porque já não tinha concerto, cada dia que passava, mais podre ficava. Barnabé sem dinheiro ia ele, a pouco e pouco, cosendo as feridas com tábuas velhas e deixando cicatrizes por todo o convés. Ultimamente trazia sempre uma saca cheia de areia porque as entradas de água era cada vez mais frequentes e tinha de correr a arrolha-las. Os vizinhos e os amigos quando o encontravam bem o avisavam, deixa-te disso Barnabé, tens a reforma, um dia ainda ficas no rio. Mas o nada que lhe restava era o rio e o Valha me Deus e não se pode tirar o nada que tem um velho homem cansado.
Uma madrugada quando se dirigiam para as redes que tinham deixado na noite anterior, ao Valha me Deus abriu-se um buraco, Barnabé que ia de costas, nem deu conta, depois outro, Valha me Deus começou a ranger, como que a dizer, acorda Barnabé estou a morrer. Barnabé só deu conta quando a água começou a subir pelas pernas acima, olhou os rombos e fingiu que não era nada com ele. Voltou a remar, nem se mexeu do lugar, Valha me Deus percebeu bem o destino e em nada se importou com isso. Ia ser como antigamente, Maria, Barnabé e Valha me Deus numa noite de luar. Barnabé continuou a remar, a água subia cada vez mais, mesmo com água pelo peito, Barnabé ainda remava. Olhou a margem pela última vez, e uma lágrima sua foi apagar-se no seu sorriso…deixou-se ficar, para ir ficar ao lado de Maria.
Pedro Lopes Boiça
. Deus quer, o homem sonha ...